COMO ESCOLHER E COMPRAR REVESTIMENTOS
- Iza
- 30 de out. de 2019
- 7 min de leitura
Os revestimentos são um ótimo tipo de acabamento tanto para áreas internas, como externas. Existem infinitas opções no mercado de revestimentos que se diferenciam em dimensões, cores e texturas, agradando a todos os mais distintos gostos. Em alguns casos, são imitações perfeitas de outros materiais como madeiras, granitos ou mesmo pedras naturais.
Os revestimentos protegem as paredes e pisos de umidade, são fáceis de limpar, exigem menos manutenção que outros tipos de acabamento, tem boa durabilidade e portanto bom custo e benefício e são antichamas. Por serem de fácil limpeza, são higiênicos e itens indispensáveis em ambientes como cozinhas industriais e câmaras frias de alimentos por exemplo.
Nesse post, vamos entender um pouco sobre revestimentos dando ênfase no processo de comparação, escolha e compra. Para entender um pouco mais, vamos falar de alguns termos técnicos. Portanto se você não quiser saber tantos detalhes, pule direto para o resumo no final! =)
REVESTIMENTO CERÂMICO X PORCELANATO
Você sabe qual a diferença de um revestimento cerâmico para um porcelanato?
Segundo o blog da Weber:
“Enquanto a cerâmica é composta por 30% de pedra e 70% de argila, o porcelanato apresenta proporções diferenciadas: 30% de argila e 70% de pedras. [...] O método de preparo também muda. A cerâmica tradicional passa por processos de prensagem ou de extrusão e é queimada a 1.150 graus celsius. Já o porcelanato é exposto a 1.200 graus celsius”.
Essa diferença de composição e de temperatura na fabricação atribui aos porcelanatos maior resistência que os revestimentos cerâmicos. Por isso é comum ver os maiores dimensões de revestimentos em porcelanato.
O QUE OBSERVAR:
O INMETRO aconselha levar em consideração as seguintes informações na hora de escolher um revestimento para comprar:
“Procedência do Produto: se tem informações sobre o fabricante (telefone, endereço) e indicação de estar de acordo com as normas; Local de Aplicação (parede ou piso): área residencial, comercial ou industrial; Trânsito no Local: de pessoas, de veículos, de móveis que são arrastados – para determinar o Índice PEI do produto que será comprado; Umidade no Local: para determinar o Grupo de Absorção do produto – para locais mais úmidos, recomendam-se produtos com baixa absorção; e a Metragem do Local (m²): para cálculo da quantidade de peças necessárias”.
Essas são informações básicas para se estudar na compra de um produto e todas elas podem ser analisadas a partir das embalagens dos revestimentos.
Existem ainda diversas outras classificações de pisos em relação a sua qualidade. Características geométricas (ex.: retitude lateral), características físicas (ex.: absorção de água e expansão por umidade) e características químicas (ex.: resistência ao ataque químico) são analisados por órgãos como o INMETRO para regularizar a fabricação desses produtos no mercado brasileiro.
Em relação à estética, podem ser observados parâmetros como cores e tonalidades, texturas e acabamentos da superfície e acabamento lateral.
TRÂNSITO NO LOCAL E O ÍNDICE PEI
O trânsito no local assim como o local de aplicação são informações necessárias pois estão relacionados com a resistência do esmalte do piso. Veja o que é o índice PEI e como ele pode te ajudar a avaliar essas características.
O índice PEI classifica os pisos de acordo com resistência do esmalte da peça ao desgaste por abrasão. A sigla é a abreviação do instituto americano (Porcelain Enamel Institute) que fez essa classificação. Utilizando esse índice, fica mais fácil escolher o revestimento correto para cada ambiente. Abaixo, segue a descrição de cada índice PEI segundo o INMETRO.
“PEI 1: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente com chinelos ou pés descalços. Exemplo: banheiros e dormitórios residenciais sem portas para o exterior.
PEI 2: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente com sapatos. Exemplo: todas as dependências residenciais, com exceção das cozinhas e entradas.
PEI 3: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geralmente com alguma quantidade de sujeira abrasiva que não seja areia e outros materiais de dureza maior que areia (todas as dependências residenciais).
PEI 4: Produto recomendado para ambientes residenciais (todas as dependências) e comerciais com alto tráfego. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lojas, bancos, entradas, caminhos preferenciais, vendas e exposições abertas ao público e outras dependências.
PEI 5: Produto recomendado para ambientes residenciais e comerciais com tráfego muito elevado. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lanchonetes, lojas, bancos, entradas, corredores, exposições abertas ao público, consultório, outras dependências.”
UMIDADE NO LOCAL E A ABSORÇÃO DE ÁGUA
A umidade no local é uma característica que deve ser levada em conta na hora da compra através da classificação do revestimento de acordo com sua capacidade de absorção de água. Essa informação deve estar presente na embalagem do produto. Veja as classificações dos revestimentos quanto à absorção de água e como isso influencia sua escolha.
Segundo o INMETRO:
"Porcelanatos: de baixa absorção e resistência mecânica alta (BIa Þ de 0 a 0,5%);
Grês: de baixa absorção e resistência mecânica alta (BIb Þ de 0,5 a 3%);
Semi-Grês: de média absorção e resistência mecânica média (BIIa Þ de 3 a 6%);
Semi-Porosos: de alta absorção e resistência mecânica baixa (BIIb Þ de 6 a 10%);
Porosos: de alta absorção e resistência mecânica baixa (BIII Þ acima de 10%)"
Para locais mais úmidos como banheiros, recomenda-se utilizar revestimentos com baixo índice de absorção de água. Revestimentos porosos podem ser utilizados em lugares secos. Em caso de utilização de revestimentos porosos em locais que possam ter contato com água, como áreas externas, indica-se a utilização de impermeabilizantes que não mudam a cor do revestimento e são antifúngicos.
Ainda segundo o INMETRO:
"É importante ressaltar que as placas cerâmicas classificadas como BIII, com absorção de água acima de 10%, são recomendadas para serem utilizadas como revestimento de parede (azulejo), justamente por possuírem alta absorção e, portanto, resistência mecânica reduzida.”
COR E TONALIDADE
Deve se ter muito cuidado ao fazer a escolha de um revestimento para compor um ambiente. Cores podem variar bastante dependendo da luz do local e isso vale não só para revestimentos. Antes de comprar, é sempre bom fazer um estudo das cores do ambiente colocando lado a lado a paleta da cor da tinta com o revestimento e com outras texturas do ambiente, por exemplo, como nas fotos abaixo.
Além da cor, deve-se prestar muita atenção à tonalidade. A tonalidade é referenciada por um número que vem na embalagem dos revestimentos e indica o lote de produção. As cores podem variar com a produção e por isso existe essa referência, garantindo que o comprador tenha certeza que está levando a exata mesma cor para casa quando precisa comprar um revestimento de novo.
METRAGEM DO LOCAL E QUANTITATIVO
A metragem do local é o que irá determinar quantas peças serão necessárias para executar um ambiente, ou seja, o quantitativo de revestimentos.
É fundamental fazer o quantitativo de revestimento de forma correta e considerar perdas. As perdas são inevitáveis já que os pisos eventualmente são recortados de acordo com a paginação. A porcentagem a ser considerada depende principalmente da geometria do ambiente. Ambientes retangulares geram menos perdas, enquanto ambientes curvos ou com outros formatos irregulares geram mais perdas. Aconselha-se calcular perdas de 10 a 30%.
É sempre bom ter uma sobra de revestimento para eventuais danos futuros aos mesmos. Portanto, armazene as peças que sobrarem.
Faça a compra dos revestimentos preferencialmente toda de uma vez, para garantir que as peças serão todas de um mesmo lote e tonalidade.
ACABAMENTOS E TEXTURAS
O tipo de acabamento, além de estar relacionado com estética, está também com a segurança. Colocar um revestimento muito liso e escorregadio no piso em um banheiro ou em locais que eventualmente pode ter água no chão como cozinha, pode ser um desastre. Os porcelanatos podem ter acabamento polido, esmaltado ou acetinado.
O porcelanato polido recebe polimento e por isso é bastante liso, brilhoso e escorregadio. Deve-se usar esse tipo de acabamento em áreas internas e secas. Por ser brilhoso, esse acabamento pode destacar mais possíveis arranhões. Apresenta a sigla “PO” na sua embalagem.
O porcelanato esmaltado recebe a aplicação de um esmalte em sua superfície. Pode ter acabamento liso, áspero, mate ou brilhante. Portanto sua textura depende do esmalte aplicado. Sua aplicação é mais recomendada para ambientes internos e secos, quando recebe acabamento mais liso. Recebe a sigla “BR” na embalagem.
O porcelanato acetinado é mais áspero e é ideal para ser aplicado em locais que pedem pisos antiderrapantes. Por ser mais áspero, apresenta menos brilho. Recebe a sigla “AC” na embalagem.
ACABAMENTOS RETIFICADO X BOLD
Retificado e Bold são classificações em relação ao acabamento lateral das peças e influenciam diretamente o tamanho de junta entre revestimentos.
O acabamento retificado apresenta bordas retas e são cortadas por discos de diamantes. Por causa dessa padronização das bordas, pode-se utilizar juntas bem pequenas de até 1 mm dependendo do piso fazendo com que a instalação do piso fique bem alinhada, uniforme e com a sensação de amplitude e sofisticação.
O acabamento bold apresenta um arredondamento nas bordas das peças e suas bordas não são tão regulares como as das peças retificadas. Dessa forma, esse piso deve ter juntas maiores entre peças. Nos locais com esses pisos, o alinhamento não ficará tão regular. Esse tipo de acabamento confere ao ambiente um ar mais rústico.
COMO RECEBER E ARMAZENAR
Ao receber o material, verifique pelo menos nas primeiras caixas (verificação por amostragem) se os pisos vieram corretos, se há pisos quebrados ou defeituosos, se são da mesma tonalidade, etc.
Até a utilização do material, manter as peças na vertical para evitar de quebrar e com as embalagens secas para não correr o risco das embalagens abrirem na movimentação e acabar quebrando alguma peça.
Deve-se ter muito cuidado ao transportar principalmente os revestimentos com maiores dimensões, tentando sempre mantê-los em posição vertical, mesmo no transporte.
Guarde com cuidado as peças que sobraram, de preferência em ambientes protegidos de intempéries. Elas podem ser extremamente úteis em caso de reformas futuras, eventuais manutenções na rede hidrossanitária que estejam passando por paredes revestidas por exemplo, dentre outros imprevistos.
RESUMO
Revestimento é uma ótima opção para acabamento e existem no mercado opções para todos os gostos;
Porcelanatos são mais resistentes que revestimentos cerâmicos;
A procedência do produto pode ser útil em caso de trocas ou garantias;
Para saber a resistência do revestimento que está comprando e se está de acordo com o ambiente no qual deseja instalá-lo, olhe o índice PEI na embalagem;
Se estiver procurando revestimento para áreas úmidas ou com contato com água, avalie a classificação de acordo com absorção de água que também consta na embalagem;
Tenha cuidado ao escolher a cor de um revestimento isolada de outros itens do ambiente;
Tenha cuidado ao comprar pisos de lotes diferentes para não comprar peças com tonalidades (cor) diferentes. Esse número também vem na embalagem e deve ser o mesmo para todas as peças de um mesmo ambiente;
Calcule a metragem do local com atenção e não se esqueça de colocar porcentagem de perda de 10 a 30%;
Escolha acabamentos de superfície de acordo com a utilização do ambiente. Ambientes que podem ter água no chão devem ter texturas ásperas para serem antiderrapante;
Se quiser um ambiente mais sofisticado, escolha juntas retificadas;
Guarde os revestimentos que sobrarem da sua instalação.
É sempre aconselhável procurar um profissional para indicar as melhores opções de revestimento para sua casa ou obra.
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REFERÊNCIAS:
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